Alimentação equilibrada e o Diabetes

Estima-se que entre 380 mil e 1,1 milhão de brasileiros convivam com a angina refratária. São pessoas que despertam no meio da noite por causa de uma sensação insuportável no peito. Além de ser incapacitante, o mal repele as abordagens médicas tradicionais. "É que as múltiplas obstruções dificultam a angioplastia ou a cirurgia de ponte de safena", conta Gowdak. Daí a criação, no InCor, do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Angina Refratária (Nepar), onde foi desenvolvida uma estratégia de ponta para calar a encrenca — ela inclui uso de células-tronco, ondas de baixa potência e até raios laser (veja o infográfico à esquerda).



Os pacientes também são convidados a participar de um programa de exercícios físicos supervisionado. "Com isso, observamos um aumento da tolerância ao esforço, com maior capacidade para a prática da atividade até surgir a dor", revela a educadora física Camila Jordão. Dar um chega pra lá no sedentarismo, aliás, é uma medida bem-vinda para afastar todos os tipos de angina. Como não custa lembrar, a inatividade abre brechas para o coração literalmente perder o fôlego. O conselho de adotar um estilo de vida saudável é batido, mas ainda insuperável para evitar as aflições do peito. "Também é importante controlar o estresse", destaca o cardiologista Eduardo Pesaro, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Há evidências de que a tensão constante banhe o organismo de substâncias que maltratam o músculo cardíaco.

E o que dizer da dieta? "A alimentação equilibrada na cura do diabetes é fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento", afirma a nutricionista Lis Proença, do InCor. Vale apostar sobretudo em frutas, hortaliças e grãos, grandes fornecedores de fibras e antioxidantes, aliados da circulação. Realizar checkups periodicamente é outra medida para escapar de surpresas desagradáveis. Também tenha em mente que, apesar de indesejada, a angina é um aviso e tanto de que o coração não vai bem. "Se vier acompanhada de suor e náuseas, pode ser o prenúncio de um infarto", alerta o cardiologista Enilton Egito, do Hospital do Coração, na capital paulista. Na dúvida, é melhor dar ouvidos a ela e procurar ajuda médica antes que a qualidade de vida vá perambular por caminhos muito estreitos.