Dores no peito e o diabetes

A angina dedura um coração em sofrimento e aflige 23 milhões de pessoas no país. A boa notícia é que médicos brasileiros bolaram uma solução de ponta para silenciar sua pior versão.

A origem do nome já diz tudo. "Na expressão do latim 'angina pectoris', as duas palavras designam dor e sufoco. O termo angústia, aliás, tem o mesmo berço e era aplicado ao caminho apertado entre um desfiladeiro de montanhas", ensina o etimologista Deonísio da Silva, professor da Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Exceto pelo tom poético, a explicação cabe perfeitamente nos prontuários de pessoas com angina. Veja o que diz o cardiologista Luís Henrique Gowdak, do Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo: "O desconforto é descrito como opressão, sensação de estrangulamento na região do tórax ou ainda de peso e ardor". è mais grave ainda quqando associada a outras doenças como a diabetes. Por isso mesmo que o número de pessoas que busca a cura do diabetes com dieta natural é cada vez maior e mais frequente.



Apesar de estarmos bem distantes das cordilheiras citadas pelo mestre Deonísio, perceba que o mal tem tudo a ver com passagens estreitas. No caso, é o sangue que trafega por vias afuniladas e tortuosas. Isso porque, por trás da dor no peito, há uma obstrução nas artérias que levam sangue para o coração — o mesmíssimo processo que pode culminar em um infarto. Embora menos comuns, outras situações também conspiram a favor dessa sensação aflitiva, como distúrbios que afetam o trabalho das válvulas cardíacas e, por atrapalhar seu abre e fecha, boicotam o acesso do sangue à região.



O resultado é sempre dolorido. "O incomodo desponta porque a oferta de oxigênio não supre a demanda cardiovascular", explica o médico Celso Amodeo. da Sociedade Brasileira de Cardiologia. É o que os especialistas chamam de isquemia. A angina dita estável geralmente dá as cacas durante esforços físicos ou estresses intensos e desaparece com a calmaria. Já o tipo classificado instável irrompe até mesmo no repouso e é considerado mais perigoso. O temor é que a interrupção do fluxo sanguíneo resulte na morte de células do coração se não for contida a tempo.

Outra versão do problema preocupa em particular por não responder aos tratamentos atuais e ser altamente limitante — chega às vezes a impedir o sujeito de dar até uma caminhada leve. É a angina refratária. Ainda bem que ela é alvo de uma intervenção pioneira em solo brasileiro. Os resultados animadores desse trabalho coordenado por Gowdak no InCor levaram sua equipe a ser destaque do Prémio SAÚDE 2015.          ©